Às vezes, na estranha tentativa de nos defendermos da suposta visita da dor, soltamos os cães, apagamos as luzes, fechamos as cortinas e trancamos as portas com chaves, cadeados e medos.
Ficamos quietinhos, poucos movimentos ... nesse lugar escuro e pouco arejado, pra vida não desconfiar que estamos em casa.
A encrenca é que, ao nos protegermos tanto da possibilidade da dor, acabamos nos protegendo também da possibilidade de lindas alegrias.
Impossível saber o que a vida pode nos trazer a qualquer instante, não há como adivinhar se fugirmos do contato com ela, se não abrirmos a porta.
Não há como adivinhar ...
E, se é isso que nos assusta tanto, é isso também que nos dá esperança.
Ana Jácomo
Um comentário:
Lindo texto!!!! Amei!!!
Postar um comentário