quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Tomara!

Tomara que a neblina das circunstâncias mais doídas não seja capaz de encobrir por muito tempo o nosso sol. Que toda vez que o nosso coração se resfriar à beça, e a respiração se fizer áspera demais, a gente possa descobrir maneiras para cuidar dele com o carinho todo que ele merece. Que lá no fundo mais fundo do mais fundo abismo nos reste sempre uma brecha qualquer para ver também um bocadinho de céu.

Tomara que os nossos enganos mais devastadores não nos roubem o entusiasmo para semear de novo. Que a lembrança dos pés feridos quando valentes descalçamos os sentimentos, não nos tire a coragem da confiança. Que sempre que doer muito, os cansaços da gente encontrem um lugar de paz para descansar na varanda mais calma da nossa mente. Que o medo exista, porque ele existe, mas que não tenha tamanho para ceifar o nosso amor.

Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de busca, a ideia da alegria.

Tomara que apesar dos apesares todos e dos pesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão da nossa felicidade.

Tomara ...

Ana Jácomo

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Lembranças ...

Estava vendo algumas fotos antigas, quando me deparei com alguns momentos muito marcantes em minha vida. Algumas fotos, eu nem lembrava que havia tirado, mas ver aquilo me fez reviver aqueles momentos tão maravilhosos, sentir toda a sensação daquele momento antigo.

Sempre bate uma sensação de tristeza por tudo aquilo ter passado, e uma alegria por tudo ter acontecido, sensações muito diferentes, batendo uma certa nostalgia.

Fechando os olhos, posso rever aquelas cenas, escutar aquelas gargalhadas, ouvir as vozes daquelas pessoas. Vejo isso de forma nítida, viva, como se ainda estivesse acontecendo. Em algum lugar do passado, é como se todos ainda estivessem vivendo aqueles momentos, com a mesma intensidade, com a mesma verdade.

Entretanto, percebo como tanta coisa mudou. Nem mesmo eu, sou mais aquele menino das fotos, nada será como antes, nada mais está igual.

Quando lembramos do passado, sempre nos perguntamos: "Por que algumas pessoas mudaram tanto?"

A resposta é simples, não foram só eles que mudaram, você também mudou. 

Pense bem, olhe para aquelas fotos antigas, você ainda é o mesmo que era, quando as tirou, há anos atrás? Me lembro uma vez, quando uma pessoa me disse que mudamos muito, digamos, a cada cinco anos. A essência, permanece a mesma; entretanto, estamos sempre vivendo novas situações, frequentando novos ambientes, conhecendo novas pessoas, e tudo isso vai nos acrescentando experiências novas.

Apesar de nossas mudanças, muitos de nós conseguem manter o mesmo padrão de pensamento de antigamente. Outras pessoas, ficam bem diferentes, e as vezes temos a sensação de que, ou não conhecíamos bem, ou elas mudaram demais. Nem todas as mudanças são boas, diga-se de passagem. Sempre que se fala em um reencontro, acontecendo no presente, fico muito feliz, mas também preocupado e um pouco receoso. 

Feliz, porque quando reencontramos amigos do passado, parece que nunca, sequer ficamos distantes; é tanta cumplicidade, amizade, intimidade, que anos e anos, parecem poucos minutos longe. A parte preocupante, é quando descobrimos que muitos mudaram bastante; é estranho dizer, mas alguns amigos do peito de antigamente, algumas vezes se tornam completos estranhos e desconhecidos no presente.

Por isso, algumas vezes procuro deixar tudo de bom que um dia vivi, em algum lugar do passado. Lá está tudo certo, em paz, em completa harmonia. 

Muitas vezes, prefiro as lembranças das coisas como eram, do que me decepcionar vendo como essas coisas estão hoje. O que importa é que tudo isso aconteceu, e o que foi vivido, nunca irá mudar, vai viver pra sempre, exatamente da mesma forma maravilhosa como era ... em algum lugar do passado!

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Alice ... é você?

Você se lembra da história “Alice no País das Maravilhas”? Lembra-se de quando ela chegou à encruzilhada e indagou ao gato que se encontrava ali perto que caminho devia seguir? O gato perguntou: “aonde ela queria ir”. Alice respondeu que não sabia. O gato, então, replicou que: "sendo assim, qualquer caminho levaria a seu destino”.

Como Alice, a maioria de nós não sabe aonde quer ir.

Levantamos de manhã porque disseram que temos de trabalhar. Passamos o dia trabalhando, fazendo tudo o que tem de ser feito. No fim do dia, vamos para casa, passamos algum tempo com a família, jantamos e nos acomodamos diante do televisor, deixando-o insultar nossa inteligência e anestesiar nossas mentes curiosas, de modo que, na manhã seguinte, quando o despertador tocar, possamos estar suficientemente entorpecidos para começar outro dia de rotina, em que não atingiremos nenhuma meta. 

Em outras palavras, quase todos nós perambulamos sem rumo, somos organismos passivos, reagindo aos desafios da vida como o proverbial barco sem leme. O barco encontrará um porto? Nem mesmo um porto determinado, mas qualquer um? 

Dificilmente. Se isso acontecer, será por acaso. Chega a ser trágico, mas a maioria de nós gasta mais tempo fazendo planos para uma festa, uma viagem de férias ou um passeio do que planejando a própria vida!

Para onde está indo? 

Você se vê em uma subida difícil, em algum degrau da vida, que parece desaparecer nas nuvens lá em cima. Algum dia você terá filhos. Um dia eles terminarão a escola. Um dia surgirá um emprego melhor. Um dia seus filhos se casarão. Um dia terá mais liberdade para viajar. Um dia você irá se aposentar. E então, naturalmente, um dia você morrerá.

Mas, e a vida? Por que se importar? Se tanta gente vai bem, sem um propósito, sem metas, por que você se importaria em ser diferente? A razão é que você quer o sucesso!

Cada indivíduo vive de acordo com seus propósitos. Podemos não chamá-los “alvos”, mas é isso que são. O modo como vivemos em qualquer momento é determinado pelo alvo em direção ao qual nos movemos. Se nossas metas forem claras e boas, é quase certo que estejamos vivendo bem, mas se nossos alvos forem inferiores ou confusos, as chances são que nossa vida também tenha essas qualidades.

Precisamos, portanto de prioridades. Precisamos saber que estamos trabalhando nos alvos melhores e mais importantes.

Os alvos são a nossa motivação para o futuro; mas alvos sem planejamento são como um navio que tem destino, mas não tem leme. Você pode estar em movimento, mas tem pouco ou nenhum controle sobre a sua direção. Bons alvos merecem bons planos.


Texto adaptado do livro Insight I, de Daniel Carvalho Luz

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Me abraça?

Abraço é aconchego, é doação de amorosidade. Produz deleite na alma, não requer mérito, apenas vontade.

De braços abertos, doamos tempo, tocamos o outro ... consolamos, damos conforto.

Deixamos-nos tocar, somos acariciados, humanizamo-nos nos braços uns dos outros ao sermos abraçados!

Abraço é alento, é carícia de afeto. É efusão de alegria, é uma forma de aceitação exercida em plena cordialidade.
Dificilmente não sorrimos enquanto abraçamos, abraços nos desarmam, nos aproximam do outro, nos trazem felicidade!

Abraços são demonstrações de respeito, de admiração e de estima. São celebrações de encontros ou de reencontros ansiosamente esperados.

Na chegada ou na despedida, recorremos sempre ao abraço!

Abraços são poesias que transbordam da alma da gente, que nos enchem de vida, que animam e reanimam continuamente!

Abraços são emissões coloridas com as cores das idas e vindas saudadas nas relações que mantemos.
Abraços são argumentos daquilo que a fala não pode expressar, são momentos únicos - um jamais será igual ao outro - por isso é tão bom abraçar!

Abraços não têm preço, ninguém os poderia pagar!

Abraços têm valores que entendemos com o coração, mas que jamais poderemos explicar.

Luciana Rodrigues