sexta-feira, 19 de julho de 2013

Tempo que foge

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não vou mais a workshops onde se ensina como converter milhões usando uma fórmula de poucos pontos. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos. Não gosto de assembléias ordinárias em que as organizações procuram se proteger e perpetuar através de infindáveis detalhes organizacionais.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de “confrontação”, onde “tiramos fatos à limpo”. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.

Já não tenho tempo para debater vírgulas, detalhes gramaticais sutis, ou sobre as diferentes traduções da Bíblia. Não quero ficar explicando porque gosto da Nova Versão Internacional das Escrituras, só porque há um grupo que a considera herética. Minha resposta será curta e delicada: – Gosto, e ponto final! 

Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: “As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos”. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.

Já não tenho tempo para ficar dando explicação aos medianos se estou ou não perdendo a fé, porque admiro a poesia do Chico Buarque e do Vinicius de Moraes; a voz da Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis, Thomas Mann, Ernest Hemingway e José Lins do Rego.

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a “última hora”; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus. 

Caminhar perto dessas pessoas nunca será perda de tempo.

Ricardo Gondim

terça-feira, 9 de julho de 2013

Tic-Tac ...

Fala pessoal, belezinha?

Hoje acordei com 40 anos. 

Sei lá, achei que acordaria diferente hoje, talvez mais sábio, equilibrado, pacífico ou mais sereno.

Achei que acordaria com cabelos brancos sentindo o peso dos anos em mim, que acordaria e tudo à minha volta estaria mudado. 

Acreditei que tudo estaria envelhecido, assim como eu.

Mas que tonto eu fui!

Continuo com todas as minhas dúvidas, com minhas pouquíssimas certezas, com meus momentos de loucura total, mesclados às minhas sabedorias inesperadas. 

Levantei, caminhei até o espelho e tudo estava lá como ontem.

Mas analisando bem, ao chegar agora à meia idade, (risos) tenho a certeza que aprendi muita coisa da vida e pretendo aprender mais se meu Deus permitir.

Aprendi que amor não se implora, não se pede, não se espera ... amor se vive ou não.

Ciúmes é um sentimento inútil. Não torna ninguém fiel a você.

Animais parecem anjos disfarçados, mandados à terra por Deus para mostrar ao homem o que é fidelidade.

Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz.

As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você para os outros.

Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.

Água é um santo remédio.

Deus inventou o choro para o homem não explodir.

Ausência de regras, é uma regra que depende do bom senso.

Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.

A criatividade caminha junto com a falta de grana.

Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.

Amigos de verdade nunca te abandonam.

O carinho é a melhor arma contra o ódio.

As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.

Há poesia em toda a criação divina, Deus é o maior poeta de todos os tempos.

A música é a sobremesa da vida.

Acreditar, não faz de ninguém um tolo. Tolo é quem mente.

Filhos são presentes raros.

De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças acerca de suas ações.

Obrigado, desculpa e por favor são palavras mágicas, chaves que abrem portas para uma vida melhor.

Já o amor ... ah, o amor ... 

O amor quebra barreiras, une facções, destrói preconceitos, cura doenças ... não há vida decente sem amor, e é certo de quem ama, é muito amado.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

5 anos de "Meus Fragmentos"

Fala pessoal, belezinha?

Hoje só quero agradecer a você que acompanha os "Meus Fragmentos" nestes cinco anos. Muita coisa mudou em minha vida desde a primeira postagem aqui, coisas boas e outras nem tanto, mas estou aqui.

E hoje quero brindar com vocês a sorte de ter acordado e de estar respirando ... por estar feliz.

Desejo a você, que o dia de hoje seja repleto de coragem e que venhamos fazer o que nosso coração deseja, o que nossos sonhos mostram e o que nossa intuição diz.

Desejo que todo medo e cautela fique em casa, que o atrevimento e a ousadia façam parte de sua vida. 

Que nosso querido e amado Deus, continue zelando por todos nós e que sua vontade sempre permaneça, pois sei que Ele tem o melhor pra gente.

Saiba que sempre é muito bom ter você por aqui nestes cinco anos. Sinta meu abraço em forma de agradecimento e ... continue fragmentando comigo.