domingo, 6 de janeiro de 2013

Fragmentando com Ana Jácomo

Às vezes, na estranha tentativa de nos defendermos da suposta visita da dor, soltamos os cães, apagamos as luzes, fechamos as cortinas e trancamos as portas com chaves, cadeados e medos. 

Ficamos quietinhos, poucos movimentos ... nesse lugar escuro e pouco arejado, pra vida não desconfiar que estamos em casa.

A encrenca é que, ao nos protegermos tanto da possibilidade da dor, acabamos nos protegendo também da possibilidade de lindas alegrias.

Impossível saber o que a vida pode nos trazer a qualquer instante, não há como adivinhar se fugirmos do contato com ela, se não abrirmos a porta.

Não há como adivinhar ...

E, se é isso que nos assusta tanto, é isso também que nos dá esperança.

Ana Jácomo

Um comentário:

Flávia Cris disse...

Lindo texto!!!! Amei!!!