quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O Mágico de OZ

As lembranças mais remotas que guardo da infância aparecem como flashes na memória, como se o momento lembrado fosse um sonho, algo que acontecera com alguém muito parecido comigo. Essa sensação é fruto das mudanças que passamos e que fazem, gradativamente, com que nos distanciemos da criança que fomos um dia. Talvez por essa razão assistir a “O Mágico de Oz” seja tão reconfortante! Na Segunda-Feira (22/09), tive essa oportunidade, passou no canal TCM.
O filme (datado de 1939 e assistido por mim de maneira freqüente durante a infância) une, em sua 1h30min de duração, o necessário para marcar a vida de crianças de todas as épocas: magia, diversão, encantamento, personagens carismáticos e uma história bela e cativante. Impossível não se deixar tocar pela mensagem de valorização ao lar e àqueles que nos amam.

Assistir a “O Mágico de Oz” é como um retorno à ingenuidade da infância. Nele podemos identificar a realidade fantástica tão explorada pelos filmes infantis hoje em dia. O cenário é de um mundo de sonhos. Os personagens também. Parece que nós também somos amigos do Espantalho, que podemos contar com o Homem de Lata ou que somos capazes de seguir a estrada de tijolos amarelos. A estrada que, à primeira vista parecia bela e agradável, também tem seus percalços, aos quais Dorothy consegue superar, a medida que vai encontrando seus novos amigos e se tornando confiante. Seu objetivo era voltar para seu lar e ela pretendia fazê-lo, superando os obstáculos do caminho, indo ao encontro do Mágico de Oz que, segundo os habitantes, seria capaz de lhe ajudar a voltar para casa.

A valorização de sua casa e de seus familiares não é por acaso. Afinal, Dorothy os abandonara, fugindo, para impedir que Totó (seu cachorrinho) fosse sacrificado por ter, supostamente, atacado uma vizinha. A sua chegada a Oz se deu por este abandono. Arrependida, voltou correndo para casa, mas seus tios estavam abrigados (e preocupadíssimos com ela) do tufão. Entrando em casa e percebendo que estava vazia, Dorothy bate a cabeça e desmaia, sendo levada (juntamente com a casa) pelo tufão que assolou o Kansas para o mundo mágico de Oz.

O filme permanece vivo, ignorando a passagem dos anos. E seu valor aumenta, tendo em vista que os filmes infantis, que passam mensagens de amor e que, de certa forma, ajudam a moldar a personalidade das crianças, são cada vez mais raros. Hoje vemos as crianças entretidas com desenhos animados que mais destacam cenas de luta e guerra do que, propriamente, os valores essenciais para auxiliar a moldar o caráter. Pois bem se sabe que os filmes ajudam, e muito, no desenvolvimento e assimilação de certos valores, assim como os livros também o fazem. Alguns destes valores essenciais estão presentes em “O Mágico de Oz”. Um filme para todas as idades, pois é capaz tanto de encantar crianças quanto resgatar a criança que um dia fomos. Sem dúvida, um filme eterno.

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