domingo, 2 de fevereiro de 2014

Esperança em meio ao caos

Fala pessoal, belezinha?

Estamos em pleno verão aqui no Brasil e o calor excessivo tem sido de certo modo angustiante. Sempre gostei do verão, mas ultimamente tenho revisto meus conceitos, acredito que ‘tudo o que é demais é peso’, como dizia a minha já falecida sogra.

Estou sentado junto à mesa com meu notebook escrevendo estas palavras e viajando em meus pensamentos. Estas viagens tem se tornado mais constantes a cada dia, pois quando se perde o foco na vida, a mente vagueia em busca de explicações, navega entre seus questionamentos e principalmente se culpa por escolhas erradas.

Vou me explicar melhor:

Quando tive a certeza que perderia meus privilégios batalhados por décadas na congregação à qual pertenço em 2011, eu tinha certeza absoluta que perderia o meu norte. E assim se deu!

Mergulhei para dentro de mim, me revirei todo, digeri tudo como se tomasse um cálice do mais poderoso veneno existente. Provei doses extremas. Como consequência: adoeci, me encurvei, senti dores excruciantes, vi a insanidade se tornar babá até mesmo de meus sentimentos mais nobres, mergulhei na tristeza e me despedi da vida até finalmente morrer. 

E em meus instantes finais, com o último suspiro ainda preso em meus pulmões, eu também tive certeza absoluta que seria difícil demais ressuscitar.

É incrível como podemos ser autodestrutivos em alguns momentos. Mas você deve estar se perguntando: “Por que você não seguiu em frente, ou deu a volta por cima, ou não mandou tudo de vez pelos ares? Afinal, a vida continua!”

Minha resposta? Sim, a vida continua!

Mas, mesmo sabendo deste fato, continuei ali deitado, inerte ... morto!

Às vezes penso em quantas pessoas diariamente se veem em momentos semelhantes a este. Na maioria das vezes suas vidas sofrem mudanças tão abruptas que elas não conseguem dimensionar como será o minuto seguinte, a hora seguinte, os dias e meses seguintes. Enfim, a vida daquele momento em diante.

Pode ser que alguém muito importante em sua vida esteja severamente doente e morra, ou pode ser a perda de um emprego, a descoberta de uma doença debilitante. Tudo isto por si só pode tirar a estrutura e o bom senso de alguém. Eu passei por tudo isto de vez!

Meu sogro enfartou, adoeceu e posteriormente veio a falecer. Perdi meu emprego de anos, sem antes descobrir que estava com uma severa doença nos olhos, e para culminar todo o processo, tomei uma decisão errada em um momento de desespero, o que resultou na perda de meus privilégios. Foi como avistar um oásis em meio ao deserto que estava passando. Um convite, uma festa de casamento e menos de três meses depois, tudo em que eu baseava minha vida foi parar no ralo.

Gostaria de lhes dar boas notícias, mas não é o caso ainda neste quesito. Sim, segui em frente respondendo à sua pergunta.

Após três anos, tenho hoje um emprego que gosto muito. Minha visão foi restabelecida e a dor pela perda de meu sogro ainda persiste, mas sem nos angustiar, afinal, ele era um homem bom, muito bom!

Mas ainda não ressuscitei para as coisas que realmente me davam real prazer na vida. As coisas que me moviam e estimulavam. As coisas espirituais! O ano de 2011 foi um divisor de águas em minha vida espiritual. Sinto saudades de como eu era antes de tudo isso, da fé e alegria que eu tinha antes e dos meus objetivos.

Hoje, por mais que eu persista fortemente, me sinto muito vazio e sem foco, pois minha vida toda se baseou nesta vida que escolhi para viver. Mas, mesmo assim eu persisto e tenho esperança de que coisas boas ainda virão pela frente, até porque afinal, a vida é feita de recomeços, mesmo que tardios.


Desejo a você que sempre visita o Blog, que não perca a esperança em meio ao caos que em alguns momentos aflige as nossas vidas. Viver às vezes pode ser bem complicado, mas o viver em si é algo maravilhoso. Não esqueça: A vida é um presente lindo e quem lhe deu este presente não aceita devoluções.

2 comentários:

Fillipe Mak disse...

Meu caro André.
Fazia um tempo que não vinha aqui, e após ler esse texto me culpo por isso.
Belas palavras. Duras e sofridas, mas reais. E é o mesmo que sinto. Lutei tanto pra estar de volta. Mas já não é mais a mesma coisa. Há um vazio. Não sou o mesmo. Mal me reconheço. Nos perdemos em nossas próprias vidas. Mas ainda sim, prosseguimos. Te admiro. Vc não está sozinho meu irmão.
Amplexos.

Sal de Andrews disse...

Amplexos meu amigo!