
Estou na Alameda Tutóia, antigo número 21 no bairro Gopoúva em Guarulhos, onde vivi meus primeiros 10 anos de vida, logo após minha mãe ter se casado com meu padrasto e eu passar a viver com minha avó.
A casa de minha avó está intacta, fico incrédulo e ao mesmo tempo pasmo com as coisas que vejo, parece que voltei mesmo no tempo. Estou com os pés no chão e caminho até a porta da sala, a mesma porta com janelinha. Abro-a e olho através dela o movimento da rua, é uma manhã bem nublada, mas não faz frio. Abro a porta e saio, observo que a serração é mais densa do que pensava, o ar está perfeito.
Passo pela área externa e desço uma escadinha de dois degraus e a apenas uns três passos chego à portinhola que dá acesso ao quintal. Contemplo a parreira à minha esquerda e apanho uma uva docinha. Logo ao centro do quintal existe a razão de meu interesse, a mangueira ... que saudade de subir nessa árvore.
Em instantes dou início à escalada e chego à parte mais alta da árvore. Lá de cima vejo a casa de Dona Rúbia, vizinha de minha avó, ao longe posso ver a torre da igreja e as casas tranqüilas, estáticas. Espero pouco tempo e o sino da igreja toca, sempre gostei de fazer isso, quando o sino tocava vários pássaros voavam e não foi diferente dessa vez, que nostalgia.
Aos poucos o céu vai se abrindo e revelando por meio do sol que teríamos um dia fabuloso pela frente. Quando de repente lá de cima, vejo a porta da sala abrir-se novamente e de lá surge o pé, o corpo, o rosto que não vejo a mais de 13 anos ... vejo minha avó. Um aperto no peito me sufoca e se pudesse voava lá de cima ao encontro dela, ela, por sua vez olha no topo da árvore e vendo-me, pede para que eu desça ... o que faço apressadamente.
Já no chão olho mais uma vez em minha volta, só que mais rapidamente. Vejo o pé de mexerica ao lado da mangueira, ao fundo outro pé de mexerica, a ameixeira, a jurubeba florida, depois desse rápido giro de 360º corro ao seu encontro e a abraço tão apertado, mas tão apertado que precisei me conter. Um sonho bom e inacreditável, mas nem pude falar com ela, pois acordei repentinamente com o despertador ao lado de minha cama, meus olhos estavam marejados.
Sabe aquela sensação de vazio que dá na gente muitas vezes sem sabermos o porquê? Senti-me assim, com um oco enorme no lugar do coração, mas a sensação de pesar mudou rapidamente com a conscientização de que em breve poderei revê-la num futuro não muito distante, se Jeová me permitir a reencontrarei aqui mesmo na terra sob novas condições. (João 5:28,29) (2ª Pedro 3:13) (Isaías 55:11) (Tito 1:2) (Revelação/Apocalipse 21:1-4)
Esse foi mais um de meus fragmentos, talvez o mais pulsante e latente. Ter a esperança de vida eterna livre de temores, violência, sofrimento, morte. (1ª Coríntios 15:26) Já perdeu uma pessoa amada na morte? Isso tem solução, acredite!
Um comentário:
LINDOOOOO!!!!
Gosto destes textos que se faz uma viagem ao passado, mas o seu apesar de um sonho, se mostrou especial pois é um sonho que se tornará realidade para todos os que adoram a Jeová!!
Me fez relembrar o quintal de minha avó que faleceu há 2 meses, relembrei meu avô sentado embaixo da jaqueira e minha bisavó descasando maça para sua diabete, viajei no tempo também, brigaduuu
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