Para quem eu escrevo, não preciso dizer o nome.
Para quem eu escrevo não se ofende,
não se irrita, nem pensa em responder.
Às vezes chego a acreditar que nem reage.
Para quem eu escrevo aceita, feliz ou infelizmente aceita
e sabe que está presente em todas minhas palavras.
Me faz escrever absurdos desnecessários,
rimas impossíveis, autobiografias não-autorizadas
e me lê e me reconhece e sonha meus sonhos.
Me lê e me escuta até quando silencio.
Sua emoção aflora relendo antigas notas de amor,
me pede para eu ficar feliz, e eu pergunto como.
Para quem eu escrevo encontra seu nome e sorri,
mesmo quando o nome é outro, e guarda o segredo para si.
Para quem eu escrevo não se envaidece,
nem conta que é para ela que eu escrevo.
E é por isso que eu escrevo para quem eu escrevo.
Alexandre Spinelli
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