Fala pessoal, belezinha?
Estamos em pleno verão aqui no
Brasil e o calor excessivo tem sido de certo modo angustiante. Sempre gostei do
verão, mas ultimamente tenho revisto meus conceitos, acredito que ‘tudo o que é
demais é peso’, como dizia a minha já falecida sogra.
Estou sentado junto à mesa com
meu notebook escrevendo estas palavras e viajando em meus pensamentos. Estas
viagens tem se tornado mais constantes a cada dia, pois quando se perde o foco
na vida, a mente vagueia em busca de explicações, navega entre seus
questionamentos e principalmente se culpa por escolhas erradas.
Vou me explicar melhor:
Quando tive a certeza que
perderia meus privilégios batalhados por décadas na congregação à qual pertenço
em 2011, eu tinha certeza absoluta que perderia o meu norte. E assim se deu!
Mergulhei para dentro de mim, me
revirei todo, digeri tudo como se tomasse um cálice do mais poderoso veneno
existente. Provei doses extremas. Como consequência: adoeci, me encurvei, senti
dores excruciantes, vi a insanidade se tornar babá até mesmo de meus
sentimentos mais nobres, mergulhei na tristeza e me despedi da vida até
finalmente morrer.
E em meus instantes finais, com o último suspiro ainda preso
em meus pulmões, eu também tive certeza absoluta que seria difícil demais
ressuscitar.
É incrível como podemos ser autodestrutivos
em alguns momentos. Mas você deve estar se perguntando: “Por que você não
seguiu em frente, ou deu a volta por cima, ou não mandou tudo de vez pelos
ares? Afinal, a vida continua!”
Minha resposta? Sim, a vida
continua!
Mas, mesmo sabendo deste fato,
continuei ali deitado, inerte ... morto!
Às vezes penso em quantas
pessoas diariamente se veem em momentos semelhantes a este. Na maioria das
vezes suas vidas sofrem mudanças tão abruptas que elas não conseguem
dimensionar como será o minuto seguinte, a hora seguinte, os dias e meses seguintes.
Enfim, a vida daquele momento em diante.
Pode ser que alguém muito
importante em sua vida esteja severamente doente e morra, ou pode ser a perda de
um emprego, a descoberta de uma doença debilitante. Tudo isto por si só pode
tirar a estrutura e o bom senso de alguém. Eu passei por tudo isto de vez!
Meu sogro enfartou, adoeceu e
posteriormente veio a falecer. Perdi meu emprego de anos, sem antes descobrir
que estava com uma severa doença nos olhos, e para culminar todo o processo,
tomei uma decisão errada em um momento de desespero, o que resultou na perda de
meus privilégios. Foi como avistar um oásis em meio ao deserto que estava
passando. Um convite, uma festa de casamento e menos de três meses depois, tudo
em que eu baseava minha vida foi parar no ralo.
Gostaria de lhes dar boas
notícias, mas não é o caso ainda neste quesito. Sim, segui em frente
respondendo à sua pergunta.
Após três anos, tenho hoje um
emprego que gosto muito. Minha visão foi restabelecida e a dor pela perda de
meu sogro ainda persiste, mas sem nos angustiar, afinal, ele era um homem bom,
muito bom!
Mas ainda não ressuscitei para
as coisas que realmente me davam real prazer na vida. As coisas que me moviam e
estimulavam. As coisas espirituais! O ano de 2011 foi um divisor de águas em
minha vida espiritual. Sinto saudades de como eu era antes de tudo isso, da fé
e alegria que eu tinha antes e dos meus objetivos.
Hoje, por mais que eu persista
fortemente, me sinto muito vazio e sem foco, pois minha vida toda se baseou
nesta vida que escolhi para viver. Mas, mesmo assim eu persisto e tenho esperança
de que coisas boas ainda virão pela frente, até porque afinal, a vida é feita
de recomeços, mesmo que tardios.
Desejo a você que sempre visita
o Blog, que não perca a esperança em meio ao caos que em alguns momentos aflige
as nossas vidas. Viver às vezes pode ser bem complicado, mas o viver em si é
algo maravilhoso. Não esqueça: A vida é um presente lindo e quem lhe deu este
presente não aceita devoluções.