terça-feira, 22 de abril de 2014

Utilidade

A utilidade é uma coisa muito cansativa. Você ter utilidade para alguém, é uma coisa muito cansativa. 

É interessante você saber fazer as coisas, mas acredito que a utilidade é um território muito perigoso porque, muitas vezes, a gente acha que o outro gosta da gente, mas não. 

Ele está interessado naquilo que a gente faz por ele. E é por isso que a velhice é esse tempo em que passa a utilidade e aí fica só o seu significado como pessoa. Eu acho que é um momento que a gente purifica, né? É o momento em que a gente vai ter a oportunidade de saber quem nos ama de verdade.

Porque só nos ama, só vai ficar até o fim, aquele que, depois da nossa utilidade, descobrir o nosso significado. 

Por isso eu sempre peço a Deus para poder envelhecer ao lado das pessoas que me amem. Aquelas pessoas que possam me proporcionar a tranqüilidade de ser inútil, mas ao mesmo tempo, sem perder o valor. 

Quero ter ao meu lado alguém que saiba acolher a minha inutilidade. Alguém que olhe pra mim assim, que possa saber que eu não servirei pra muita coisa, mas que continuarei tendo meu valor. 

Porque a vida é assim, fique esperto, viu? 

Se você quiser saber se o outro te ama de verdade é só identificar se ele seria capaz de tolerar a sua inutilidade.

Quer saber se você ama alguém? Pergunte a si mesmo: Quem nessa vida já pode ficar inútil pra você sem que você sinta o desejo de jogá-lo fora? É assim que descobrimos o significado do amor. 

Só o amor nos dá condições de cuidar do outro até o fim. Por isso eu digo: feliz aquele que tem ao final da vida, a graça de ser olhado nos olhos e ouvir do outro: 

- "Você não serve pra nada, mas eu não sei viver sem você".

Fábio de Melo

domingo, 20 de abril de 2014

Rancor ...

Fala pessoal, belezinha?

Hoje fazem dois anos, sete meses, seis dias, dez horas, trinta minutos e alguns segundos que eu tenho guardado rancor. 

É fato que, por mais que eu saiba que este sentimento seja ruim e destrutivo, não tenho conseguido grandes avanços positivos neste quesito, pois tenho memória forte para certos assuntos; ainda mais quando estes envolvem falta de critério e empatia da parte de alguns. Doses de interesses particulares e o medo de lutar por algo justo, foram o tempero exato dos acontecimentos.

Eu quero me livrar deste rancor que vem ficando velho a cada ano. Durante todo esse tempo eu não soube como descansar este passado. Quero voltar a ser suave e resolvido, limpo como uma lousa e libertado deste sentimento.

Como uma casa abandonada, coberta de poeira e mobília ainda intacta ficou a minha vida anterior a estes fatos. Me pergunto: Se eu a visitar agora, voltando a fazer as coisas como antes ... teria realmente prazer em reviver isto simplesmente de maneira gratuita?

Não sei se valeria a pena o desgaste ... queria mesmo era estar pronto para derrubar esta carga que venho levando por mais tempo que eu deveria suportar, gostaria de esquecer ... mas por enquanto não dá!

sábado, 5 de abril de 2014

Fragmentando ...

Fala pessoal, belezinha?

Acabei mudando ... e muito! E foi mudança aos poucos, porque até hoje me dou conta de coisas minhas que já não estão mais lá e, quem roubou, eu jamais vou saber de fato. O sorriso mudou e a vontade de sorrir pra qualquer pessoa também. É incrível como tanta coisa acontece com a gente. Tanta pessoas passam por nossa vidas, mas poucas delas realmente ficam.

Eu sei que, talvez, eu tivesse que ficar triste. Talvez eu tivesse que continuar secando lágrimas, abraçando o vento e rindo no vácuo, mas o fato é que eu não consigo. Aprendi com os meus próprios erros que sofrer não torna nada mais poético, chorar não nos deixa tão aliviados e implorar não resolve nada.

Só espero que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio, que a morte de tudo em que acredito não me tape os ouvidos e a boca, porque metade de mim é o que eu grito mas a outra metade é silêncio.