Fala pessoal, belezinha?
Sem dúvida, amigos são pessoas que vamos perdendo ao longo da vida. Encontramos vários, nos apegamos a alguns e, a certa altura, somos forçados a colocar o prefixo "ex" antes do nome daquele que enchia nosso coração de carinho, admiração e certeza.
São várias as causas envolvidas na perda de uma amizade, mas perder um amigo para a vida, e não por uma fatalidade, é uma dor dilacerante.
Eu sou do tipo que acredita que amizade é para sempre, por isso algumas vezes pago o preço por constatar que o amigo na relação era somente eu. Gosto de pensar em ter amigos de anos, e na velhice relembrarmos estórias, momentos ou situações vividas e junto deles festejar anos de cumplicidade, parceria e de verdadeira amizade, afinal, os amigos são a família que a vida nos permitiu escolher.
Mas na prática as coisas não funcionam bem assim, a vida não é feita somente de alegrias, encantos ou satisfações, temos de conviver com seus antônimos também, ou seja: desgostos, desapontamentos e decepções. Sim, a vida tem muitas decepções neste campo.
A primeira vez em que eu tive que tornar um amigo em ex-amigo, senti uma dor que acabou demais comigo, até porque fiquei incrédulo em primeiro momento, por não entender as razões. Chorei por um tempo, me fechei por outro e senti dificuldade em acreditar novamente na beleza, simplicidade e nas diversas nuances de uma amizade.
Mas, nada melhor que o tempo ... sei que quem saiu perdendo não fui eu, pelo contrário.
Com o tempo, optei por deixar a amargura de lado e seguir em frente, ainda com esperança de que aquela dor eu não sentiria mais. Novas amizades surgiram como também outras se foram, mas como gato escaldado só me importei de verdade com as que permaneceram e não senti aquela dor de novo, não daquele jeito. Mas vez por outra, outras dores apareceram pra mostrar que a vida é assim mesmo, por mais que a gente se pergunte se já não teve a nossa cota.
Semana passada, nos reunimos para um lanche na casa de uma grande amiga que esteve comigo em momentos muito delicados que vivi em 2011, ela foi uma das poucas pessoas que persistiram em ficar por perto num momento que eu desejava me isolar do mundo. Amigos são assim ... não somente para os momentos de festa, mas principalmente nos momentos tempestuosos que todos vivemos um momento ou outro na vida.
Acontece que na mesma ocasião, foi convidado um "ex amigo", situação pra lá de chata. Lendo o blog do Filipe, me identifiquei com as situações ali descritas, estávamos na mesma sala com poucas pessoas, nos falamos o mínimo numa conversa cruzada com a anfitriã. Foi surreal ... um do lado do outro sem dizer nenhuma palavra, fora o constrangimento recíproco. Estávamos frente a frente e parecia que existia uma distância quilométrica sem precedentes. Sem nenhuma afinidade, sem nenhuma graça ... mas finalmente a noite acabou e cada um foi para o seu canto.
Sempre penso que a maioria dos meus amigos faria por mim, o que eu faria por eles ... o mínimo é estar ao lado quando mais precisam e não esquecidos a própria sorte.
Mas, o melhor de tudo é que dor ensina.
E depois que a gente sente uma que parte o coração em mil pedacinhos, aprende a relativizar as outras. E, melhor ainda, renova o olhar diante dos amigos de sempre, aqueles por quem a gente sente todo o amor do mundo e em quem temos a sorte de encontrar reciprocidade.
Em suma, chego a conclusão que em matéria de amizade, a vida é muito estranha ... um dia você vai estar rodeado de estranhos, esses estranhos com o tempo e empenho mútuo irão se tornar seus amigos, talvez até mais que simples amigos, e depois de algum tempo, alguns voltam a se tornar estranhos, de uma forma que você nem imagina.