quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Valores Escrotos!

Alguns valores só fazem criar problemas - problemas complexos de se resolver. Então, vamos avaliar brevemente alguns desses valores escrotos:

1. Prazer. Prazer é ótimo, mas é também um péssimo valor no qual basear sua vida. Pergunte a qualquer viciado em drogas aonde sua busca por prazer o levou. Pergunte ao adúltero que viu sua família se desintegrar e que afastou os filhos, se o prazer o deixou feliz. Pergunte a alguém que ficou à beira da morte por causa da gula excessiva se o prazer o ajudou a resolver seus problemas.

O prazer é um falso deus. Pesquisas mostram que concentrar energia em prazeres superficiais leva a ansiedade, instabilidade emocional e tristeza extrema. O prazer é o meio mais superficial de se obter satisfação; por consequência, essa satisfação é a mais fácil de obter, mas também a mais fácil de perder.

Apesar disso, o prazer é vendido vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana. É nele que nos fixamos. É a substância que usamos para nos entorpecer e nos distrair. Porém, embora necessário (em pequenas doses), o prazer não é suficiente. O prazer não é causa para a felicidade: é efeito dela. Se você acertar no restante (outros valores e parâmetros), o prazer virá naturalmente, como consequência.

2. Sucesso material. Muitas pessoas medem seu valor pessoal com base no dinheiro que ganham, no carro que dirigem ou num gramado mais verde que o do vizinho. Pesquisas indicam que, tendo nossas necessidades físicas básicas (comida, abrigo, etc.) supridas, a correlação entre felicidade e sucesso material a partir desse ponto se aproxima rapidamente do zero. Isto é: se você passa fome e mora na sarjeta, dez mil dólares a mais por ano teria um grande impacto no seu nível de felicidade; para a classe média de um país bem estruturado, dez mil dólares a mais por ano quase não teria impacto na sua vida - o que significa que você está se matando de trabalhar por basicamente nada.

O outro problema da supervalorização do sucesso material é o perigo de priorizá-lo acima de outros valores, como honestidade, civilidade e compaixão. Quando as pessoas avaliam a si mesmas não por seu comportamento, mas pelos símbolos de status atrelados a elas, estão sendo não só superficiais como idiotas também.

3. Estar sempre certo. Nosso cérebro é uma máquina falha. Estamos sempre fazendo suposições incorretas, avaliando mal as probabilidades, rememorando eventos de forma imperfeita, cedendo a predisposições cognitivas e obedecendo aos nossos caprichos emocionais. Sendo humanos, é muito comum nos enganarmos, por isso se a sua medida de sucesso é estar certo, você vai encontrar dificuldade em racionalizar todas essas merdas que
alimenta na sua cabeça.

O fato é: quem quer estar certo em tudo para valorizar a si mesmo não consegue aprender com os próprios erros. Pessoas que se baseiam nesse parâmetro não têm a capacidade de aceitar novas perspectivas e ter empatia. Elas se fecham para informações novas e importantes. É muito mais útil se presumir ignorante e limitado. Isso vai libertá-lo de crenças supersticiosas ou equivocadas e colocá-lo num estado constante de
aprendizagem e crescimento.

4. Otimismo implacável. Há quem avalie a vida segundo a capacidade de ser otimista em relação a quase tudo. Perdeu o emprego? Ótimo! Uma oportunidade de explorar novas paixões. Seu marido traiu você com sua irmã? Bem, pelo menos você descobriu o que realmente significa para aqueles que a cercam. Seu filho está morrendo de câncer no esôfago? Bem, ao menos você não vai precisar pagar a universidade! Ainda que exista valor em “ver o lado bom das coisas”, a verdade é que às vezes a vida é uma droga mesmo, e a atitude mais saudável é admitir isso.

Negar sentimentos negativos só os aprofunda e prolonga, levando a problemas emocionais sérios. Positividade constante é uma forma de fuga, não uma solução válida para os problemas da vida — sobretudo porque esses problemas podem revigorá-lo e motivá-lo se os valores e medidas corretos forem aplicados.

É simples: coisas dão errado, pessoas cometem erros, acidentes acontecem. Tudo isso deixa a gente na merda. E tudo bem. Sentir-se mal é um componente imprescindível da saúde emocional. Negar sentimentos ruins é perpetuar problemas em vez de solucioná-los.

Quando se trata de emoções negativas, o truque é: 1) expressá-las de um jeito socialmente aceitável e saudável e 2) expressá-las de uma forma que esteja alinhada aos seus valores. Exemplo simples: um dos meus valores é a não violência. Então, quando fico com raiva de alguém, posso expressar esse sentimento, mas sempre tomando o cuidado de não dar um soco na cara de quem me irritou. É uma ideia radical, eu sei. 

Mas a raiva não é o problema. A raiva é natural. Faz parte da vida. A raiva é, sem dúvida, saudável em muitas situações. (Não esqueça que as emoções são apenas um mecanismo de
resposta.)

O problema seria socar as pessoas. A raiva é apenas o mensageiro do meu punho na sua cara. Não culpe o mensageiro. Culpe meu punho (ou sua cara). Quando nos forçamos a ser otimistas o tempo todo, negamos a existência dos problemas. E quando negamos nossos problemas, nos privamos da chance de resolvê-los e de criar felicidade. Os problemas geram uma sensação de propósito e dão substância à vida. Por isso, evitá-los é o mesmo que levar
uma existência sem sentido (mesmo que supostamente agradável).

A longo prazo, terminar uma maratona nos deixa mais felizes do que comer um bolo de chocolate. Criar um filho nos deixa mais felizes do que ganhar uma partida de videogame. Abrir uma pequena empresa com amigos e vencer dificuldades financeiras nos deixa mais felizes do que comprar um computador novo. São atividades estressantes, árduas e muitas vezes desagradáveis, além de trazer consigo inúmeros problemas, mas, ao mesmo tempo, são as que nos proporcionam os momentos mais marcantes e constituem nossas maiores
alegrias.

Atividades como essas envolvem dor, cansaço, raiva e até desespero - mas, depois de concluídas, olhamos para trás emocionados. É o que contaremos aos nossos netos. É como Freud disse: “Um dia, quando olhar para trás, os anos de luta lhe parecerão os mais bonitos.”

Isso explica por que não devemos pautar nossa existência em valores escrotos - prazer, sucesso material, estar sempre certo e otimismo implacável. Alguns dos melhores momentos da vida não são prazerosos, não são grandiosos, não são reconhecidos e não são positivos.

O importante é ter bons valores e bons parâmetros, e o prazer e o sucesso virão como consequências naturais. Se tomados como valores em si, trazem apenas euforias vazias.

Mark Manson

domingo, 30 de agosto de 2020

Calma aí ...

Estamos vivendo tempos difíceis e infantis, onde as pessoas se sentem atacadas ou ofendidas quando alguém emite uma opinião diferente da delas.

Ninguém é obrigado a concordar com ninguém. Seja maduro, coerente e gentil com quem tem outra visão. Respeite o outro. Seja educado com quem não compartilha do mesmo pensamento que o seu. E, principalmente, não ache que tudo é sobre você.

Clarissa Corrêa


*Mimimi é uma expressão usada na comunicação informal usada para descrever ou imitar uma pessoa que reclama. Esta expressão funciona como uma onomatopeia, uma reprodução de sons que imitam um choro, ladainha ou lamúria.

Esta expressão deu origem a algumas outras, como por exemplo: "Keep calm and stop mimimi", que significa "Fique calmo e pare com o mimimi". Esta expressão indica que a pessoa deve manter a calma e resolver os seus problemas, porque reclamar não ajuda em nada.

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Conflito de gerações

A gente tá criando uma geração de jovens doentes.

Uma galera de 16, 17, 20, que deveria tá começando a vida agora mas que só pensa em acabar com ela.Gente que sai de casa sem nem saber porquê não quer sair, mas que volta lembrando de todas as razões.

Pai gritando na cara filho. Filho sem conseguir confiar em ninguém. Engolindo as dúvidas, o choro. Sem poder decidir sobre o próprio futuro.

Sem voz, vivendo sufocado dentro do quarto, dentro de si mesmo. Sendo constantemente lembrado que é um gasto, um prejuízo, um dependente, e que enquanto estiver ali, não pode pensar, nem opinar, nem decidir, nem existir.

Como que vocês desconsideram o dano psicológico que isso causaria em qualquer ser humano?

É claro que vocês vão acordar todo dia se achando um lixo. É claro que vocês vão odiar à si mesmos. É claro que vocês vão se achar difíceis de serem amados.
 
Mas não! Vocês não são inúteis! Nem incapazes, nem difíceis de amar.
 
Vocês só são o resultado da rotina que vocês têm carregado nos últimos anos. Já pararam pra pensar que 90% de tudo que tá te machucando hoje, vocês não tinham há 5, 8 anos atrás, quando ainda tinham 11? Não tinham porque isso é fase, e vai acabar.
 
E quanto mais forte é a sua personalidade, quanto mais você defende o que você acredita, mais pesada é a porrada que bate em você. Mas a vida não é só porrada. A vida é mais.

É conquista, é trabalho, é vitória, é sorriso, é amor, e vocês vão chegar nela preparados pra muita coisa. Se olhem no espelho. Aquela criança sonhadora dos 11 não morreu. Vocês estão à 6, 7 anos dela e à 70 do tanto de vida que ainda tem pela frente.
 
A gente carrega cicatrizes.
 
E eu sei que algumas são tão fortes que não cabem nem nesse texto. 
Mas continuem dando o seu melhor. Valorizem o seu próprio esforço. Se orgulhem das pequenas conquistas. Não tentem abraçar o mundo. Se culpem menos. Estudem. Se amem!

Eu desconheço que guerras vocês andam travando, mas se tem uma coisa que vocês não são, é fracos. Então respira. Respira porque você é bem maior do que acredita.

A gente não aposenta um avião por uns arranhões na pintura. Você tá se arranhando agora, mas ainda vai voar bem alto. 

Luiz Guilherme Prado

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Take On Me


Às vezes sinto que estou preso num clipe de 1985, da saudosa banda A-Ha.

Num universo paralelo, tentando voltar à normalidade, que atualmente mostra ser um desejo incerto.

O jornal está amassado e não encontro a saída, (entendedores, entenderão. Caso não, veja o clipe no YouTube ) será que alguém nós encontrará à tempo de nos salvar desse imbróglio? Realmente são dias, semanas e meses intermináveis.

Como será o amanhã? O que esperar? Como lidar com o aperto sufocante e latente no peito? Será que higienizei às mãos? Será que essa dor no corpo é algum sintoma? Quantas vidas serão ceifadas? Que administração complicada para um ansioso.

Mas, parafraseando A-Ha: " Slowly learning that life is ok. Say after me. It's no better to be safe than sorry? " Já que estamos sendo obrigados a aceitar essa situação, prevenir é o melhor remédio.

Cuide de você, de quem ama, e até do seu próximo despreocupado. Até o aguardado momento em que uma saída será encontrada.

Mas, o mais importante: Não perca a sua fé.

terça-feira, 7 de julho de 2020

Fragmentando


Não espere que as pessoas lutem a sua guerra, chorem as suas lágrimas ou caminhem com os seus pés. Ninguém, por mais que deseja, consegue se colocar no seu lugar.

Você é único e seu aprendizado é intransferível. Não crie expectativas. Não se debruce. Não espere reconhecimento. Peça ajuda quando precisar, mas não dependa de ninguém ...

- Juliana Nishiyama

quinta-feira, 21 de março de 2019

Recomeços

"As pessoas têm visões muito românticas sobre "começos". 

Um recomeço, vida nova ... Milhões de possibilidades. Mas não importa o que estiver procurando, você continua o mesmo.

Você carrega a si mesmo em qualquer recomeço. Então qual é a diferença?

É o que todos querem, certo? Vida nova... Um recomeço? Como se fosse ser mais fácil.

Pergunte ao cara empurrando a pedra colina acima. Não é fácil recomeçar. Não mesmo."

Mas é extremamente necessário.
Grey´s Anatomy