segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Os cinco estágios

Fala pessoal, belezinha?

Vocês que acompanham meu blog, notaram que passei por situações que me fugiram ao controle. Em 2011 fui fortemente atacado por imprevistos dolorosos em minha vida profissional, pessoal e principalmente espiritual.

Eu morri durante este ataque, e para retornar a viver, precisei passar por todos os cinco estágios do luto: negação, raiva, barganha, depressão e finalmente a aceitação.

Hoje mais forte, já consigo respirar e sei que não precisarei mais me preocupar com trivialidades que antes me tornavam mais amargo a cada minuto que passava.

Não precisarei mais me preocupar com todos os insignificantes detalhes de um passado remoto que tanto me picavam, sem nunca me perfurar totalmente. Andava farto de empurrões com objetivo de me fazer tombar, mas não cair completamente.

Mas, verdade seja dita: o meu equilíbrio, tal como todo o resto, sempre foi melhor do que na verdade o era. Mesmo assim, tenho feito um enorme esforço para não deixar os meus pés perderem a sua recentemente adquirida harmonia.

Durante o processo abandonei coisas demais, destruí tantas outras que criei, além de arrancar de mim sonhos que demorei tanto a conquistar mas perdi em 2011. Foi como se eu fosse tomado por um furacão, pois abandonei sons, sentimentos, costumes, palavras, cheiros e pessoas que antes julgava importantes.

Hoje consigo respirar, pensar em tudo e seguir em frente, pois a dor emocional embora ainda exista, atualmente é insignificante e enfraqueceu com o tempo.

Sei que jamais serei o mesmo, nem desejo mais o ser. Quero somente me manter firme ... preciso muito disso!

Sou eu quem vai desempatar este braço de ferro, portanto, tudo depende de mim. Resta saber a quem darei a vitória.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Casa Arrumada

Casa arrumada é assim: Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.

Mas casa, para mim, tem que ser casa e não centro cirúrgico, nem cenário de novela.

Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas. Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo: Aqui tem vida!

Casa com vida, para mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.

Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha. Sofá sem mancha? Tapete sem fio puxado? Mesa sem marca de copo? Tá na cara que é casa sem festa. E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.

Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde. Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante, passaporte e vela de aniversário, tudo junto...

Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vindo. A que está sempre pronta para os amigos, filhos, netos e para os vizinhos.

E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia.

Arrume a casa todos os dias, mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo para viver nela e ... reconhecer nela o seu lugar.

Carlos Drummond de Andrade